O exame de sangue na gravidez, também conhecido como beta-HCG, é a opção de maior precisão para confirmar suspeitas de gravidez.
A produção do HCG ocorre quando um óvulo fertilizado se fixa no útero, e sua quantidade aumenta rapidamente a cada dia de gravidez.
Portanto, o HCG está presente no corpo das mulheres grávidas, e o exame de sangue na gravidez têm como método, identificar a presença ou ausência desse hormônio, seja na amostra de sangue ou de urina.
O teste de gravidez de farmácia que geralmente é a primeira opção para confirmar a suspeita de gravidez, que apesar de ter uma boa precisão, a confirmação deve ser obtida por meio do exame de sangue, que é o método mais confiável.
O atraso menstrual é geralmente o primeiro sinal de que uma mulher pode estar grávida. Por vezes, a suspeita de gravidez pode surgir ainda mais cedo.
Sintomas como dor de cabeça, fadiga e sensibilidade mamária podem surgir antes mesmo do atraso menstrual. A expectativa de saber se está grávida pode ser emocionalmente desafiadora.
Aos primeiros sinais de gravidez, a maioria das mulheres normalmente recorrem aos testes de gravidez de farmácia como primeira opção.
O que é o HCG?
A sigla hCG refere-se ao hormônio gonadotrofina coriônica humana. É produzido inicialmente pelo trofoblasto, grupo de células do embrião que dá origem à placenta, sendo fundamental para a manutenção e desenvolvimento da gestação.
A medida em que o embrião e a placenta se desenvolvem, um volume cada vez maior de HCG é produzido e lançado na circulação materna. Nas primeiras semanas da gravidez, os níveis de HCG dobra a cada 2 ou 3 dias.
A dosagem sanguínea do HCG é amplamente utilizada como teste de gravidez, uma vez que o respectivo hormônio é produzido pelas células do embrião após a sua implantação no útero.
Beta HCG e HCG - Qual a diferença?
O HCG é composto por duas grandes moléculas distintas, conhecidas como subunidade Alfa (ou fração Alfa) e subunidade Beta (ou fração Beta).
A subunidade Alfa é estruturalmente semelhante a vários outros hormônios, como o hormônio folículo-estimulante (FSH) ou o hormônio luteinizante (LH).
Já a subunidade Beta é única, não sendo encontrada em nenhum outro hormônio. É por esta singularidade que a fração Beta do HCG é utilizada nos exames sanguíneos de gravidez.
Exame de gravidez
É recomendado que a realização do exame de gravidez seja feito após o atraso menstrual, já que antes disso, é pouco provável que já tenha ocorrido um aumento nos valores de HCG de forma a ser detectado no exame.
Nas mulheres em tratamento de reprodução assistida, o exame deve ser realizado entre 9 e 11 dias após a transferência de embrião (a depender se em estágio de blastocisto ou D3) e 15 dias após o coito programado ou inseminação intrauterina.
Para a realização do exame não há a necessidade da paciente estar em jejum ou qualquer tipo de preparo prévio, e também não necessita de um pedido médico para ser realizado. O resultado do exame fica pronto em poucas horas.
Beta HCG quantitativo e qualitativo
Existem essencialmente duas abordagens para verificar a presença da gonadotrofina coriônica humana: o teste qualitativo de beta HCG e o teste quantitativo de beta HCG.
O teste qualitativo de beta HCG determina apenas a presença ou ausência do hormônio no sangue ou na urina, em vez de fornecer valores numéricos. Essa abordagem é amplamente utilizada em testes de gravidez de farmácia, nos quais o material biológico analisado é a urina.
Nesses testes, uma tira reage à presença do beta HCG. No entanto, a tira não quantifica a quantidade do hormônio; ela apenas indica se o beta HCG está presente ou não, resultando em um resultado positivo ou negativo.
Claro, o teste qualitativo do beta HCG feito em laboratório com amostra sanguínea é mais preciso.
O beta HCG quantitativo, por sua vez, é o método mais solicitado pelos médicos e que permite mensurar os níveis do hormônio no organismo da mulher.
Nesse tipo de teste, o resultado é apresentado em valores numéricos. Um valor acima de 25 mUI/ml é considerado indicativo de uma gravidez em andamento.
O beta HCG quantitativo possui maior sensibilidade, tornando possível a detecção precoce da gravidez, ao contrário do beta HCG qualitativo, que pode resultar em um falso negativo nos estágios iniciais da gestação, quando os níveis hormonais ainda não são suficientemente elevados para serem identificados por esse método.
Em 99% dos casos, a presença de níveis elevados de gonadotrofina coriônica humana no sangue da mulher, significa gravidez.
Como interpretar os valores do beta HCG quantitativo
A maioria dos exames de sangue é capaz de detectar níveis mínimos de HCG a partir de 5 mUI/ml, no entanto, já estão disponíveis testes supersensíveis que conseguem identificar a presença de apenas 1 ou 2 mUI/ml.
A maior parte dos laboratórios utiliza os seguintes valores de referência:
- HCG abaixo de 5 mIU/ml: resultado negativo, não há gravidez em curso.
- HCG entre 5 e 25 mIU/ml: resultado indefinido, geralmente indica inexistência de gravidez em curso, mas pode ser o caso de gestação muito recente, quando ainda não houve tempo do HCG ser produzido em quantidades suficientes para ser detectado no sangue. Nesses casos, deve-se repetir o teste após três dias.
- HCG acima de 25 mIU/ml: resultado positivo, indica gravidez em curso.
É essencial estar atento aos valores de referência de cada laboratório. Na maioria dos casos, o limiar adotado pelos laboratórios é de 25 mIU/ml. No entanto, é importante observar que, dependendo do método químico utilizado, o valor considerado positivo pode variar, sendo mais baixo ou mais alto.
Beta HCG - falso negativo e falso positivo
A principal razão para um resultado falso negativo no teste de beta HCG é a realização do exame de forma muito precoce. Algumas mulheres, ansiosas após terem tido relações desprotegidas, acabam fazendo o teste poucos dias depois, inclusive, antes do atraso menstrual.
Ainda que tenha ocorrido a gravidez, a produção do HCG só ocorre após a implantação do embrião no útero, antes disso, não há como ter HCG no sangue da mãe, logo, não se deve ter pressa para fazer o exame.
O falso negativo é mais comum em exames qualitativos no início da gestação e quando os níveis do hormônio ainda estão baixos.
O falso positivo, por sua vez, com as atuais técnicas de detecção de HCG, é incomum e raro, principalmente quando o exame é realizado no sangue.
Quando o exame revela níveis elevados de beta HCG, porém a mulher não está grávida, isso pode estar relacionado a outras situações, como a presença de morte fetal, tratamento com beta HCG ou tumores ovarianos.
Por fim, ao confirmar a gravidez, é fundamental que a paciente busque imediatamente assistência obstétrica para iniciar o pré-natal.
