Os gatos marinheiros desempenharam um papel crucial na Segunda Guerra Mundial como companheiros e controladores de pragas em navios de guerra.
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Durante a Segunda Guerra Mundial, no agitado porto de Baltimore, havia preocupações significativas sobre ratos trazendo doenças para os navios, roendo cordas e roubando suprimentos.
A presença dos ratos marrons e cinzas comuns na cidade, era vista com ambivalência. Em teoria, esses ratos poderiam ajudar a prevenir surtos de peste bubônica, pois matavam os ratos pretos, portadores de pulgas infectadas com a bactéria Yersinia pestis. No entanto, os esforços se concentraram na erradicação completa, de todas as espécies de ratos.
“É bom se livrar dos ratos em geral”, disse o coronel Richard P. Strong, corpo médico do Exército dos Estados Unidos e graduado pela Johns Hopkins Medical School, ao The Baltimore Sun em uma história de janeiro de 1943. “Eles carregam tifo endêmico.”
Em função desse grande problema, a solução mais eficaz que encontraram para controlar as populações de ratos e outros roedores nos portos e navios, foi através dos gatos marinheiros.
Herman, o gato marinheiro especialista em ratos
Considerando a presença desses ratos (e camundongos) que habitam os navios, e levando em conta as precauções necessárias durante a guerra, a Guarda Costeira dos EUA emitiu, no mesmo mês, uma identificação oficial com foto para um gato muito querido que prestava serviço em suas docas no porto de Baltimore.
Herman, o gato marinheiro, ocupação: ESPECIALISTA EM CAÇAR RATOS, idade: 8 meses, altura: 38 centímetros, peso: 5 quilogramas, olhos: VERDES, cor do pelo: CINZA, recebeu suas credenciais em 12 de janeiro de 1943 sem data de validade. Uma pegada substituiu a impressão digital padrão do dedo indicador da mão.
Herman era tão militar quanto todos os outros, especialmente porque sua identidade tinha o número de série formal 05225058 e foi verificada pelo oficial apropriado. (veja a foto acima.)
“Ele faz parte de um grupo seleto que recebeu um cartão de identificação da Guarda Costeira dos Estados Unidos”, noticiou o The Sun em sua edição semanal de serviço. “Ninguém mais pode impedir o mascote no Pier 4, Pratt Street, enquanto ele caça ratos.”
Assim, em 1943, o gato Herman foi oficialmente contratado pela Guarda Costeira dos Estados Unidos como um “especialista em caçar ratos” para controlar ou erradicar a população de roedores a bordo dos navios.
Importância dos gatos marinheiros
Os homens e os gatos compartilham uma ligação especial que se estende por milhares de anos. É provável que os antigos egípcios tenham sido os primeiros a reconhecer a importância e o valor de ter gatos como companheiros de bordo em suas viagens marítimas.
No século 20, os gatos marinheiros desempenharam um papel fundamental nos navios, atuando como caçadores de roedores habilidosos. Os marinheiros perceberam que a presença de gatos a bordo era uma estratégia eficaz para controlar a população de ratos e camundongos, que eram conhecidos por danificar suprimentos e espalhar doenças.
Era a norma para todos os navios da Marinha Real até 1975 ter um gato a bordo. Os gatos marinheiros se tornaram membros valiosos e queridos da tripulação, sendo reverenciados por suas habilidades caçadoras e por seus afetuosos ronronares que alegravam os corações dos marinheiros.
Eles eram reverenciados não apenas por suas habilidades de caça, mas também por trazerem um pouco de conforto em meio à dureza da vida no mar. A presença de um gato a bordo podia trazer um sentimento de lar para os marinheiros, que muitas vezes passavam longos períodos longe de suas famílias.
Além disso, havia uma crença entre os marinheiros de que os gatos traziam boa sorte. Também era comum que as equipes adotassem gatos das terras estrangeiras que visitavam para servir como mascotes e também como lembretes de seus animais de estimação em casa.
Gatos marinheiros, Herman – serão eternamente lembrados
A era dos gatos marinheiros pode ter chegado ao fim, mas nunca devemos esquecer essa época marcante, esse capítulo histórico, onde os gatos eram membros valiosos da tripulação, encarregados de proteger as guarnições e trazer alegria aos marinheiros.
A história de Herman, o gato, continua a encantar e fascinar as pessoas até hoje. A jornada de Herman para obter sua identificação oficial não foi nada fácil. Assim como muitos trabalhadores da defesa, incluindo alguns nascidos no exterior, ele enfrentou dificuldades com sua certidão de nascimento. No entanto, o Comandante CH Abel, capitão do porto de Baltimore, assinou a identificação, observando que os regulamentos da época não mencionavam nada sobre gatos.
Além de caçar roedores, Herman tinha entre suas responsabilidades a tarefa de entreter a tripulação. Diferente de muitos de sua espécie, dizia-se que ele permitia que todos o acariciassem. Essa característica única de Herman, juntamente com suas outras habilidades, faz dele um personagem inesquecível na história dos gatos marinheiros.
Herman e todos os gatos marinheiros podem não estar mais conosco, mas seu espírito vive em cada história contada, em cada memória compartilhada, e em cada coração que eles tocaram com suas patinhas suaves e seus ronronados.