O ginecologista Nicodemos Júnior Estanislau Morais foi preso em 2021, acusado de abusar de três pacientes durante consultas médicas. Com o caso ganhando atenção, mais mulheres se apresentaram à polícia, totalizando 53 denunciantes.
A investigação, que contou com depoimentos das vítimas, teve mais de 700 páginas, revelando os detalhes dos crimes cometidos por Nicodemos Júnior.
Testemunhos de pacientes
As vítimas compartilharam vários relatos sobre o comportamento do ginecologista e comentários com conotações sexuais.
Uma mulher afirmou que durante uma consulta, o médico elogiou seus olhos e órgãos genitais. Ele então começou a perguntar sobre seu relacionamento sexual com o marido.
“Fiquei congelada enquanto ele fazia as manipulações, tudo com dois dedos inseridos na minha vagina. Eu não conseguia nem respirar naquele momento. É uma situação que você nunca espera que aconteça”, ela compartilhou.
Outra paciente revelou que foi abusada pelo ginecologista durante um exame médico. Ela decidiu falar sobre o caso após a prisão do médico.
Condenação
A Justiça o condenou a 277 anos de prisão pelo crime de estupro de vulnerável contra 21 mulheres, em Anápolis, a 55 km de Goiânia.
Conforme o Tribunal de justiça de Goiás, o ginecologista foi condenando a 163 anos de prisão pelo crime contra 12 vítimas e, no outro processo, que envolve 9 mulheres, a 114 anos, totalizando 277 anos. Além disso, ele terá que pagar R$100 mil de indenização por danos morais para cada uma das vítimas.
A Juíza Lígia Nunes de Paula em sua decisão destacou:
“A medicina existe para curar as pessoas, não para feri-las ainda mais”.
Nicodemos Estanislau está preso no Complexo Penitenciário de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital goiana, desde outubro de 2021. A nova pena de prisão determina que ele permaneça em regime fechado.
A defesa do médico afirmou que vai recorrer da decisão.